Daniela Hespanha
1 min readOct 10, 2021

Um vento “de tirar o chapéu”

O vento incansável da orla nordestina poderia facilmente ter dado origem a essa expressão popular, mas ela nasce bem antes de transitarmos por aqui. O gesto em si, nasceu com os cavaleiros medievais que precisavam levantar suas viseiras e capuzes e sinal de pacificidade quando adentravam território inimigo.

Mais tarde, Luis XIV incluiu o gesto no manual de etiqueta da corte francesa, que deveria ser usado sempre em sinal de respeito, saudações especiais e em referência às damas da nobreza (#achochique). Quando os portugueses trouxeram a expressão ao Brasil, ela já tinha conotação de relevância: referiam-se algo ou alguma o ocasião “de se tirar o chapéu”.

Como hoje — infelizmente para os fãs do adereço, como eu — não costumamos mais usar chapéus, o gesto é vez ou outra substituído por um sutil aceno de. cabeça para consentir ou saudar alguém.

Gestos que contam nossa história e comunicam nossas intenções.

Que têm significados, que moldam comportamentos e que, assim como nós, se transformam ao longo da história.

Aqui o vento continua nos fazendo tirar o chapéu, mas se alguém me perguntar o motivo, eu diria apenas que é para tirar os cabelos pra dançar….

Aceito a dança, não tenho escolha.

Daniela Hespanha

Reparo em tudo e escrevo sobre as coisas da vida. As fotos aqui também são minhas. Fotógrafa, escritora, inquieta e curiosa. Instagram: @danielahespanha